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23 de abril de 2009

Cansei

Eu só vim aqui hoje pra dizer que estou cansado...
cansado das tuas palavras doces e do seu autruísmo forjado,
teus sorrisos e poses no espelho, da tua benevolência exposta.

Se quer saber o que quero, é lhe chutar os escrotos...
Pra que tenhamos juntos a noção do que é dor.
Sua condolência nunca condisse com teus ideais e
por mais humanos que eles sejam
por mais igualitários, só lhe convém o interesse.

Por isso eu digo que chega.
Pois teu silêncio me destrói,
tua apatia me irrita e me derruba.

Mas ao contrário de tí, eu digo que estou aqui...
pronto... pra luta e pra dança.
De cara pintada, com gana com raiva...
e o que quero não é meu, é seu e é nosso.

Milhares insistem em calar, em não ver e não querer... mas eu sempre estarei aqui.


Essas são é o tipo de resposta que encontro quando me pergunto se vale a pena ser o que sou.
6 de abril de 2009

Eu sei...

Foto: Brejões - Minha terrinha natal



Eu sei que devia deixar tudo mais agradável, pra que pudesses voltar outra vez.
Sei que deveria deixar tudo arrumado e limpo pra que se sentisse confortável
sempre que entrasse por esta porta.
Tambem sei que eu devia estar bonito com barba feita e cabelos bem aparados.
E que devia falar simples e claro, pra não lhe afetar os ouvidos...

Mas baby, eu não sei o que é ser atraente!

Sei que devia fazer disso aqui um lugar mais bonito...
mas pra falar a verdade eu num tenho saco pra essas coisas,
afinal de contas, existirá sempre algo além do que se vê
pois, se há o interesse em saber,
se há o interesse em conhecer e se há o interesse em partilhar...
Há de ter também, um interesse em voltar!



Faltou comentar que o outro texto foi inspirado num debate ocorrido no programa de Rádio A. C. E. ao qual eu participo!

Abraços a todos.
16 de março de 2009

Gozar é fácil, difícil é prazer!

Nos tempos modernos, tempos de libertinagem, a busca incessante pelo “prazer” físico e pelos 30 segundos de nirvana extasiante, configura na sociedade novas formas de relacionamento. As cortes e noivados perdem espaço para os “rolos” e as “ficadas”, e com elas as viroses, as doenças e uma série de outros fatores adoecem psicologicamente a sociedade. Não quero aqui dar uma de puritano moralista, muito menos condenar a o fazer sexo, pelo contrário, minha proposta é defender o ato, não pela causa, mas pela essência.

O Carnaval passou e a “Dalila” ficou em muita gente. E não foi a música de Ivete Sangallo e Carlinhos Brown que ficou na cabeça do povo, mas sim um surto de gripe viral disseminado pelo boca - a – boca (ou beija - beija) da festa. E não é só o surto de gripe que contamina as pessoas depois desses eventos De acordo com a secretaria de saúde do estado, é comum o aumento do índice de gravidez e de surtos de doenças infecto – contagiosas nesses períodos, como herpes, HIV etc.

De uma maneira geral o que ocorre é que homens e mulheres de todas as idades, estão se habituando à promiscuidade e as trocas muito rápidas de experiências e de parceiros. O que impede muitas vezes de se criarem os laços afetivos que, na minha concepção, são elementos fundamentais para o prazer.

O beijo na boca, o abraço apertado e o sexo trazem realmente sensações maravilhosas ao nosso ego, ao nosso intimo e, dizem, até mesmo ao nosso corpo, mas a ação sem essência é comparável a uma comida sem tempero, apesar de ser bom não é pleno, não é completo.

É muito mais valiosa a essência de partilhar o momento para além do prazer físico, partilhando também o prazer emocional e afetivo. Afinal, quando dividimos uma experiência com sentimento as mudanças sutis fazem total efeito. Do entreolhar inicial aos murmúrios delirantes, as sensações que se afloram na pele são refletidas no resto da vida.

Quando buscamos o gozo, não buscamos prazer, buscamos alívio. Quando buscamos amor buscamos a essência que consiste o prazer.

Mas não condeno também quem procura apenas o gozo, afinal de contas, a vida é mesmo dura e cada qual tem seus gostos e seus modos de “relaxar”. Eu sugiro apenas que se a intenção é gozar, que faça sozinho. Masturbe – se. Afinal é mais seguro, e para isso basta apenas uma boa imaginação e algum tempo sozinho. Como diria Zé Ramalho “...meros devaneios tolos a me torturar, queria usar quem sabe uma camisa de forças, ou de Vênus...” Masturbação não é pecado, nem é imoral, é descoberta, desejo e as pessoas não tem mais por que esconder esse assunto.

Mas se o que buscas é prazer, não saia desesperado procurando no braços de quem lhe aparece sorrindo. A chance de encontrá-lo dessa forma é menor, pois precisa da combinação “química” + tempo + diálogo+ tesão+ admiração + cumplicidade. E mesmo essas coisas não tornam o sexo algo metódico e entediante, mas, significativo e sublime, como uma boa comida temperada.

Muito prazer a todos!